segunda-feira, 20 de junho de 2011

O medo de comprometer-se.

Eu não estou aqui para fazer de você um cordeiro. Você já tem sido cordeiro em demasia. Eu estou aqui para fazer de você um homem. Isto não vai ser fácil, mas você tem que começar a se tornar responsável pela sua própria vida. E uma vez que se torne responsável pela sua própria vida, você começará a crescer, porque não haverá mais sentido em desperdiçar tempo adiando ou esperando. Ninguém irá ajudá-lo. Toda espera é inútil, é puro desperdício.
Por isto, se existe algum conflito, vá fundo nele. Decida alguma coisa. Somente através de decisões você fica cada vez mais cônscio, somente através de decisões você fica cada vez mais cristalizado, fica mais afiado. Do contrário a pessoa torna-se apática.
As pessoas vão de um guru para outro, de um mestre para outro, de um templo para outro; não porque sejam grandes buscadoras, mas porque são incapazes de decidir. Assim elas ficam pulando de um para outro. Essa é a maneira delas evitar comprometer-se.
O mesmo acontece com outros relacionamentos humanos: um homem fica pulando de uma mulher para outra, vai mudando. As pessoas acham que ele é um grande amante; ele não é um amante de jeito algum. Ele está evitando, está tentando evitar algum envolvimento mais profundo porque com envolvimento mais profundo os problemas precisam ser enfrentados, e ele irá passar por muito sofrimento. Assim a pessoa simplesmente joga seguro; a pessoa toma a decisão de nunca se envolver profundamente com alguém. Se você for muito fundo, pode não ser capaz de voltar facilmente. E se você for muito fundo com alguém, outra pessoa irá fundo com você também; é sempre proporcional. Se eu for muito fundo com você, a única maneira é permitir que você também vá fundo em mim. É um dar e receber, é um compartilhar. Então a pessoa pode ficar enrolada demais e será difícil escapar. O sofrimento pode ser grande.
Assim as pessoas aprendem como jogar seguro: basta se encontrar superficialmente; um caso de amor do tipo bata e corra. Antes de ser agarrado, corra.
Isso é o que está acontecendo no mundo moderno. As pessoas se tornaram tão imaturas, tão infantis; elas estão perdendo toda a maturidade. A maturidade chega somente quando você está pronto para enfrentar a dor de seu ser; maturidade chega somente quando você está pronto para aceitar o desafio. E não há um desafio maior que o amor. 
Viver feliz com outra pessoa é o maior desafio do mundo. É muito fácil viver pacificamente sozinho, é muito difícil viver pacificamente com outra pessoa, porque os dois mundos colidem, dois mundos se encontram... Mundos totalmente diferentes. Como é que eles são atraídos um pelo outro? Porque eles são totalmente diferentes, quase opostos, pólos opostos.
É muito difícil ser pacífico num relacionamento, mas esse é o desafio. Se você fugir disso, fugirá da maturidade. Se você vai fundo nisso com toda a dor, e assim mesmo continua, então pouco a pouco a dor se torna uma bênção, a maldição se torna uma bênção. Pouco a pouco, através do conflito, surge a fricção, a cristalização. Através da luta você fica mais alerta, mais cônscio.
O outro se torna como um espelho. Você pode ver sua feiúra nele. O outro provoca sua inconsciência, trazendo-a para a superfície. Você terá que conhecer todas as partes ocultas de seu ser e o caminho mais fácil é ser espelhado, refletido, num relacionamento. Mais fácil, digo assim, porque não há outra maneira, mas isso é difícil, árduo, porque você terá que mudar através disso. 
Quando você vai para um mestre, um desafio ainda maior se apresenta diante de si, pois terá que decidir e a decisão será por algo desconhecido. A decisão precisa ser total e absoluta, irreversível. Não é uma brincadeira de criança; é um ponto sem retorno.
Surgem muitos conflitos. Mas não continue mudando sempre, porque essa é a maneira de evitar a si próprio. E você irá permanecer mole, irá permanecer infantil. A maturidade não acontecerá a você. (...)
Somente o desconhecido deve atraí-lo porque você ainda não o viveu; ainda não andou por esse território. Mova-se! Algo de novo pode acontecer por lá. Sempre decida pelo desconhecido, seja qual for o risco, e você irá crescer continuamente. Mas, se continuar decidindo pelo conhecido, ficará se movendo repetidamente num círculo com o passado. Você prosseguirá repetindo-o; você se tornará como um gravador.
Assim, decida. E quanto mais cedo você o fizer, melhor. Adiamento é simplesmente estupidez. Amanhã você terá que decidir também, então porque não hoje? E você acha que amanhã será mais sábio do que hoje? Acha que amanhã estará mais vivo que hoje? Você acha que amanhã estará mais jovem que hoje, mais renovado que hoje?
Amanhã você estará mais velho, sua coragem será menor; amanhã você será mais experiente, sua esperteza será maior; amanhã a morte estará mais perto; você começará a dar sinais e a ficar mais assustado. Nunca adie para amanhã. E quem sabe? Amanhã pode chegar ou pode não chegar. Se você tem que decidir, é preciso decidir agora mesmo.” 

OSHO.

sábado, 11 de junho de 2011

frio.

Sexta-feira em casa, curtindo o friozinho, ouvindo Beatles e nada mais na cabeça.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Para se roubar um coração.





Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. 
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. 
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. 
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos. Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. 
... e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. 
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? 
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. 
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. 
... e é assim que se rouba um coração, fácil não? 
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! 
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

*Luís Fernando Veríssimo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

pedaços.

Eu nunca recebi buquê de flores, nunca ganhei cesta de café da manhã e nem ursinho de pelúcia. Nunca tive festa surpresa, nunca tive LEGO e nem aqueles brinquedos que toda criança tinha. Minha barbie era sempre a negra ou então era Suzy. As roupas que eu ganhava eram sempre azuis e as da minha irmã eram rosas. A única flor que ganhei foi uma orquídea, e se era pra ser eterna, minha cachorra comeu. Eu sempre sonhei em ter uma casa gigante com muito conforto mas moro num apartamento e divido o quarto com minha irmã. As duas maiores dores que senti na vida foram a perda da minha mãe e da minha cachorra. Eu nunca quebrei um osso do corpo, só trinquei com 15 anos o dedão do pé e nunca usei muletas porque meu pai achava desnecessário e gostava de me ver pulando numa perna só. Já derrubei meu véio no chão, já corri dele, já derrubei a árvore de natal jogando um pedaço de bolo. Já apanhei muito da minha mãe de cinto e chinelo mas se não fossem essas porradas, eu não seria o que sou hoje. Eu gostava de Nsync a Backstreet Boys e a primeira banda que eu ouvi depois que larguei esse gosto musical foi Green Day. Acordava ouvindo Carpenters com minha mãe e ia dormir ouvindo Pink Floyd dos meus irmãos. Enquanto minha véia vendia cachorro quente na esquina de casa eu cozinhava miojo e nuggets pra ela porque sabia que ela não aguentava mais comer cachorro quente. Eu sempre andei com meninos, já fui derrubada de bicicleta, já caí com os 2 joelhos numa rua de pedregulho e fiquei uma semana sem dobrar as pernas. Já bati em pessoas e não me orgulho disso. Nunca reprovei e sempre briguei com as pessoas. Já fui chamada de revoltada pela minha mãe mas também já fui muito admirada por ela por ser assim. Já derrubei muita gente jogando bola e já arranquei um pedaço do dedão brincando de escorregar no azulejo molhando com sabão. Já chorei muito nos cantos com saudades de muitas coisas, já comi até passar mal e já tentei me matar. Já fumei maconha. Já vomitei no meu pai. Já sofri muito por amor, ou pseudo-amor, mas nunca deixei de me amar sobretudo.

Mas se não fossem por essas coisas todas, talvez eu não seria essa porra-louca consciente que eu sou hoje em dia.. E agradeço por ter passado por tudo isso, embora eu ainda sonhe em ganhar uma cesta de café, um buquê de rosas e uma festa surpresa ..
ah, se você percebesse que eu faço de tudo só pra te encantar..

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Curimbada.

Pra quem não conhece muito a história da Banda CURIMBA, taí um video.
Banda dos brothers, música de qualidade, pessoas de bom coração. Tá na mão!



domingo, 5 de junho de 2011

e daqui pra frente, há de ser o seu sorriso. só o seu.



À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

*Pablo Neruda.